
Prepare-se para visitar a Galeria Uffizi: curiosidades e história
Os edifícios escondem, dentro das suas muralhas, muito mais segredos do que vemos à primeira vista. Mistérios, curiosidades e anedotas multiplicam-se quando falamos de construções com tanta história como a Galleria degli Uffizi, um dos edifícios mais importantes de Florença e de toda a Itália. Se está a pensar comprar bilhetes para a Galeria Uffizi e quer conhecer os seus mistérios e curiosidades, nós contamos!
História e curiosidades da Galeria Uffizi
Porque se chama Uffizi? A origem da Galeria
Para entender a história da Galeria Uffizi, é preciso recuar ao século XVI, quando Cosme I de Médici, Grão-Duque da Toscana, encarregou o arquiteto Giorgio Vasari de construir um edifício que unificasse os escritórios administrativos (“uffizi”, em italiano) do governo florentino. Daí vem o nome do edifício: uffizi significa “escritórios” ou “funções públicas”.
O projeto começou em 1560 com uma intenção política clara: mostrar o poder centralizado do Grão-Ducado da Toscana sob o controlo da família Médici. O edifício em forma de “U” estende-se desde a Piazza della Signoria até ao rio Arno. O desenho original incluía duas alas paralelas ligadas por uma galeria no último piso—e foi precisamente aqui que começou uma história totalmente diferente.
Francisco I de Médici e o nascimento da galeria
A transformação deste espaço administrativo em museu começou graças a Francisco I de Médici, filho de Cosme I e grande amante das artes e das ciências. Francisco decidiu converter o último piso do edifício na sua galeria pessoal, onde reuniu a sua extraordinária coleção de obras de arte.
Esta galeria privada foi decorada com estátuas romanas, retratos de família, pinturas dos grandes mestres do Renascimento e elementos que refletiam o gosto refinado dos Médici. Era uma coleção pessoal, sim, mas também uma forma de manifestar o poder cultural e estético de uma das famílias mais influentes da Europa.
Pode-se dizer que foi esta iniciativa que deu origem ao que hoje conhecemos como museu moderno. Muito antes de existirem instituições públicas de arte, os Uffizi já funcionavam como um espaço expositivo—embora reservado a alguns privilegiados.
De coleção privada a museu público
E quando é que passou de coleção privada a museu? Após a morte da última herdeira direta da família, Anna Maria Luisa de Médici, foi assinado em 1737 o Pacto de Família. Este acordo estabelecia que as obras de arte dos Médici não podiam ser retiradas de Florença. Graças a esta visão, a cidade conserva até hoje um património artístico sem igual e a Galeria Uffizi pôde continuar a sua expansão como museu.
Com o tempo, foram-se acrescentando coleções, restaurando espaços e organizando as obras de forma cronológica e temática. Hoje, percorrer as salas expositivas é fazer uma viagem desde a Idade Média até ao Barroco, com paragens obrigatórias diante de diferentes obras-primas da história da arte.
O Corredor Vasariano: uma passagem secreta com séculos de história
Um dos elementos mais surpreendentes dos Uffizi é o Corredor Vasariano, uma passagem elevada e fechada que liga a Galeria Uffizi ao Palazzo Pitti, passando pela Ponte Vecchio.
Esta passagem foi também desenhada por Vasari em 1565, por ocasião do casamento entre Francisco I de Médici e Joana de Áustria. O motivo? Permitir que os Médici se deslocassem entre as suas residências sem se misturarem com o povo. Surpreendente?
O Corredor foi ainda utilizado para albergar coleções de autorretratos de artistas ao longo dos séculos. Embora tenha estado fechado durante 8 anos para restauro, reabriu ao público e percorrê-lo hoje é uma experiência a não perder.
O museu mais visitado de Itália
Os dados mais recentes do Ministério da Cultura de Itália (2024, publicados em 2025) mostram como a Galeria Uffizi é o museu estatal mais visitado de Itália. Entre todos os monumentos, fica apenas atrás do Parque Arqueológico do Coliseu, sendo o primeiro museu a surgir na lista, seguido da vizinha Galeria da Academia. Em Florença, a arte é protagonista!
Curiosidades da Galeria Uffizi que o vão surpreender
Para além da sua história e das suas obras-primas, a Galeria Uffizi está repleta de detalhes e anedotas que a tornam ainda mais especial:
- O museu mais antigo da Europa: embora o Louvre receba muitas vezes os holofotes, os Uffizi já funcionavam como galeria no século XVI, o que lhe confere o título de um dos primeiros museus do mundo no sentido moderno.
- A “Tribuna” dos Uffizi: uma sala octogonal decorada com pedras semipreciosas, espelhos, mármores e pinturas, desenhada por Bernardo Buontalenti. Foi o coração da coleção de Francisco I e é considerada um dos espaços expositivos mais antigos da Europa.
- Os tetos pintados: muitas galerias são adornadas com frescos e decorações que frequentemente passam despercebidos face à magnitude das obras. Não se esqueça de olhar para cima enquanto percorre os corredores.
- O Uffizi oculto: sob o museu, na parte menos visível, existem depósitos e laboratórios de restauro de alto nível. Embora normalmente não sejam visitáveis, são parte essencial do trabalho museológico.
Uma experiência que vai além da arte
A Galeria Uffizi é mais do que um museu: é o legado de uma das famílias mais importantes da Europa. Se está a planear visitar Florença, não perca a oportunidade de conhecer este lugar único. Se desejar uma experiência mais profunda e personalizada, teremos todo o gosto em acompanhá-lo.